segunda-feira, 4 de novembro de 2013

História da Ed. Física - 1º E.M

Colégio Clarice Lispector




História da Ed. Física
Aluno: Luiz Henrique
Nº 19
1º E.M
Prof: André




Tudo começou quando o homem sentiu a necessidade de lutar, fugir ou caçar para sobreviver. Assim o homem à luz da ciência executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se colocou de pé: corre, salta, arremessa, trepa, empurra, puxa e etc.
A prática de actividades físico-desportivas foi  e continua a ser uma das constantes do comportamento humano. A manifestação cultural da actividade física produziu-se de formas diferentes, em função das necessidades sociais e dos objectivos estabelecidos em cada período histórico e civilização: assim, tem sido vista como actividade utilitária que possibilita a sobrevivência; como preparação para a guerra; como meio de invocação religiosa; como jogo ou actividade recreativa e de ócio; como método de educação física para a saúde; ou então como desporto espectáculo e de competição. Hoje em dia, para poder entender o conceito de educação física é conveniente conhecer a influência que as distintas civilizações exerceram sobre ela ao longo dos séculos. Dependendo do seu objectivo, cada cultura estabeleceu um modelo de educação física diferenciado, que em muitas ocasiões ainda perdura.
Bases da educação física moderna

 A partir do século XVIII, o Século das Lu zes, apareceram inúmeros filósofos, pedagogos e pensadores que fixaram as bases da educação física moderna e influenciaram as escolas e sistemas posteriores. Assim, Jean Jacques Rousseau (1712-1778), influenciado por John Loc- ke, é o precursor da pedagogia contemporânea. Na sua obra Emílio expôs as suas teorias, baseadas na educação da criança em contacto com a natureza, espontânea e autodidacta. A educação física adquiriu grande relevância através de um método de aprendizagem indutivo («quanto mais fosse a actividade física, maior seria a aprendizagem»); também prestou grande atenção à psicologia evolutiva e ao respeito pelas leis naturais de desenvolvimento da criança, princípios muito valorizados actualmente. Segundo Rousseau, a criança, até aos 12 anos, devia realizar exercícios de educação sensorial: equilíbrios, habilidades manuais, orientação, etc. Este grande pensador de origem suíça influenciou decisivamente uma série de filósofos e pedagogos, tanto contemporâneos como posteriores, entre os quais cabe destacar Bassedow, Kant, Pestalozzi e Amorós.
Bassedow (1723-1790) foi um destaca- do representante da pedagogia da ilustração e do racionalismo e precursor da educação física alemã, devido às suas influências sobre Muths e Jahn. Defendeu a importância da educação física e levou as suas teorias à prática na Escola Philantropinum (criada em1774), primeira escola na Alemanha onde os exercícios físicos fizeram parte do programa escolar. A sua didáctica estabeleceu a progressão do simples ao complexo e do parcial ao total.
O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) dividiu a educação em física e prática. Mas o seu conceito da primeira incluía não só o desenvolvimento das qualidades físicas, como também componentes psíquicos, o desenvolvimento da inteligência, da memória, do carácter, da atenção, etc. O seu rigor pedagógico favoreceu o jogo com finalidade educativa, para fortalecer a criança e educar os seus sentidos.
O suíço Giovanni E. Pestalozzi (1746- 1827), autor de inúmeras obras, matizou muitas ideias de Rousseau. Defendia a figura do mestre e a educação da criança na família e na sociedade (sem isolá-Ia na natureza, como aquele propunha). Visto que procurava o desenvolvimento harmónico dos diferentes âmbitos do ser humano, concedeu muita importância à educação física (duas horas por dia), tanto à natural e instintiva como à planificada e sistemática, ginástica elementar dada pelo educador. O cuidado da higiene, os passeios nas horas das aulas, os jogos desportivos e a atenção às necessidades de cada criança também fazem parte das suas teorias. É o precursor da ginástica analítica.
Francisco de Paula Amorós y Ondeano, marquês de Sotelo (1770-1848), instruído e afrancesado, foi um dos precursores da educação física em Espanha, ao criar e dirigir o Instituto Pestalozziano de Madrid; perseguido durante a repressão o absolutista que teve lugar após a Guerra Peninsular, teve de exilar-se em França. Em Paris dirigiu o Ginásio Normal Militar, instituição a partir da qual difundiu as suas teorias inclusivé no âmbito cívil. Influenciado pelas ideias de Rousseau, Muths e dos círculos militares, estabeleceu um programa de educação física militarista, pouco pedagógico e de difícil execução, com inúmeros exercícios acrobáticos. Os seus objecti- vos eram a saúde, o prolongamento da vida, o aperfeiçoamento das faculdades físicas, a melhoria da espécie e virtudes raciais, e concedeu muita importância à concorrência de todos os sentidos.


 Os sistemas naturais
A partir dos princípios expostos por Rousseau, Pestalozzi, Amorós, Muths e Demeny, ao longo dos séculos XIX e XX desenvolveram-se diversos sistemas naturais, de entre os quais se distinguem fundamentalmente dois: o método natural de George Hebert (1875-1956) e a ginástica natural escolar austríaca. O primeiro desenvolveu-se em França, em contraposição à ginástica analítica sueca. Foi apresentado em Paris em 1913 e tinha como objectivo o desenvolvimento físico integral mediante actividades naturais do ser humano: marcha, corrida, salto, lançamento, quadrupedia, cambalhota, pesos, equilíbrio, luta, natação, dança, etc. Essas actividades realizavam-se ao ar livre, procurando incidir no desenvolvimento cardiovascular e pulmonar. Estes sistemas partem de uma concepção integral do indivíduo e apresentam um forte carácter pedagógico.
No início do século XX, Margarette Streicher e Karl Gaulhofer idealizaram a ginástica escolar austríaca, na qual recolheram distintos aspectos das escolas surgidas anteriormente: assim, por exemplo, do sistema de Jahn, os aparelhos; da ginástica sueca, o aspecto postural e higiénico; do método natural de Hebert, as actividades naturais; de Dalcroze, o valor do ritmo; e dos incipientes desportos que começavam a proliferar na Grã-Bretanha, o seu aspecto lúdico. O resultado consistiu em sessões de educação física muito completas, de quase 50 minutos, que incluíam uma fase de animação, outra de trabalho postural, para continuar com jogos, desportos, danças, acrobacias, e fi- nalizar com exercícios de relaxamento. Streicher e Gaulhofer relacionaram os exercícios físicos, como agentes educativos, com as necessidades globais da criança. O método natural escolar austríaco foi actualizado durante a década de 70 por Gerard Schmidt, que respeitou a forma natural de as crianças Se expressarem através do jogo e se interessou pelo seu próprio desenvolvimento evolutivo; incidiu sobre um trabalho multilateral, contrário à especialização, e defendeu o ecologismo na educação física.
O movimento desportivo
Com Thomas Arnold (1795-1842) produziu-se uma autêntica revolução na Grã-Bretanha que logo se estendeu por todo o mundo ao introduzir o desporto nos centros educativos; juntaram-se os valores positivos e formativos do desporto, estabelecendo-se uma estreita relação entre o professor e o aluno. O auge desportivo do século XIX, propiciado também pela iniciativa de Pierre de Coubertin (1863-1937), que restaurou os Jogos Olímpicos e defendeu a prática desportiva na escola, e a sua decisiva importância na sociedade do século XX consolidaram o desporto como um bloco fundamental dos conteúdos da educação física.

Escola Nova e pedagogia americana
A Escola Nova é um movimento pedagógico de reacção contra a escola tradicional que acentua a actividade da criança, tornada no centro da escola. A educação física, portanto, desempenha um importante papel nestas teorias. Entre os seus principais representantes destaca-se a italiana Maria Montessori (1870-1952), com a sua teoria da psicomotricidade, e o filósofo e pedagogo norte-americano John Dewey (1859-1952), que defendeu os campos de desporto como cenário de uma educação adequada para a vida. Influenciados por este último, apareceram três métodos da pedagogia americana: o método dos projectos (Kilpatrick), o plano Dalton (Parkhurst) e o sistema Winnetka (Washburne), os quais propiciaram muitos dos modelos de ensino utilizados hoje em todo o mundo: a atribuição de tarefas, o ensino recíproco, o ensino programado, a descoberta guiada, a resolução de problemas, etc.
Educação física do século XXI
As escolas, sistemas e movimentos evoluíram e avançaram para a educação física do século XXI, que tem como principal característica a sua consolidada inclusão no programa educativo de todo o mundo, enquanto elemento fundamental de uma educação integral. Porque, tal como dizia o espanhol José María Cagigal, a educação física «é, antes do mais, educação». Assim, a educação física do novo milénio colabora na formação de uma pessoa íntegra, procura o seu desenvolvimento psicomotor e fomenta a qualidade de vida através do exercício físico e do desporto; prepara o ser humano para as exigências que a sociedade lhe apresenta e desenvolve a sua criatividade e personalidade. Graças à educação física actual, demo- crática e integradora, as actividades físico-desportivas irão tornar-se numa forma de ser, em companheiras inseparáveis no decorrer de toda a sua vida.


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