segunda-feira, 30 de setembro de 2013

1° ano do ensino médio

Resistência e velocidade


Em geral os atletas com muita resistência são menos velozes, enquanto os que são dotados de grande velocidade possuem menor capacidade de manter a atividade por período de tempo.
O treinamento de resistência possibilita algum ganho aos atletas de velocidade em suportar períodos mais longos de atividade, já no treinamento de velocidade os estudos demonstram pouca melhora aos atletas de resistência.
O treinamento de resistência é a capacidade do organismo de realizar um exercício eficazmente superando a fadiga, fadiga esta que se pode ser aguda ( durante e/ou logo após o treino ) e crônica ( ao longo do processo de treinamento).

  Ainda sobre a fadiga, podemos citar algumas causas: fisiológica, psicológica, médica.
Mas é graças à fadiga que alcançamos os melhores níveis de performance, porém isso só acontece quando as cargas de treinamento e o processo de recuperação são aplicados em níveis e momentos adequados.
Para se melhorar a resistência do organismo devemos nos preocupar com alguns detalhes importantíssimos:
■Especificidade da modalidade esportiva, ou seja, o treino realizado pode gerar uma resistência geral ou específica para a modalidade;

■Obtenção de energia, podendo ser resistência aeróbia ou anaeróbia;

■Duração do esforço, sendo de curta, média ou longa duração;

■Volume muscular envolvido, sendo geral ou local.

■De força ou velocidade, sobre objetivo ou tipo de prova/competição

■Treinamento e competição, sobre o tipo de treino

■Volume de treinamento, sobre a quantidade da carga de treinamento

■Intensidade do treinamento, sobre a qualidade da carga de treinamento
  Estes são alguns detalhes que devem ser bem pensados quando for planejada a planilha de treinamento para qualquer tipo de esporte que envolva a resistência.
Por isso é fundamental a orientação de um treinador/professor habilitado e capacitado para que você melhore sua resistência física de maneira correta e segura.

Recomendações gerais relativas aos treinos de resistência de velocidade:
1) Antes de iniciar os exercícios, aquecer no mínimo durante 10 minutos. Correr a passo lento e executar alguns alongamentos é o suficiente;
2) Descansar entre 2 a 3 minutos entre as séries dos exercícios. Atenção, descansar não é estar parado ou sentado. Ande a passo lento e faça alguns alongamentos.
3) Para realizar estes exercícios convém ter o mínimo de preparação física, caso contrário, cansar-se-á rapidamente e o treino não vai render. Logo, se não tem o mínimo de preparação física, o mais indicado é fazer sessões de 30 minutos de jogging durante 2 semanas e só depois partir para estes exercícios.
4) Duas sessões de treino de resistência de velocidade por semana é o ideal. Nem mais, nem menos. Apenas uma sessão por semana poderá não trazer os resultados que espera. Por sua vez, mais que duas sessões poderá originar uma sobrecarga dos músculos, sendo prejudicial à sua saúde física.
5) Uma vez que este tipo de exercícios puxam muito pelos músculos, eles devem durar entre 20 a 30 minutos no máximo.

Como podemos melhorar essa resistência de velocidade ?
O que costumo fazer em meus corredores, é registrar o tempo de uma competição que envolva o mesmo metabolismo, de preferência a mesma distância, e dividir cada km no sentido de perceber aonde a resistência diminui, e consequentemente, começa a se perder desempenho.
Vou dar um exemplo claro :
Imaginem que um corredor de 10 km faça seu melhor tempo em 40 minutos, ou seja, ele tem um ritmo de 4 minutos por km.
Em seus treinos de qualidade, ele consegue fazer uma série de tiros ( 6 a 8 ) de 1000 metros para tempos médios de 3m 40s.
Caso extrapolasse esses tempos para a prova de 10 km, o mesmo faria na competição o tempo de 36m 40s.
Nesse sentido, a diferença entre o melhor 10 km ( 40 minutos ) e o tempo extrapolado ( 36m 40s) seria de 3m 20s.
Esse tempo achado vai me servir de base no decorrer do treinamento, pois minha intenção será diminuir essa diferença , visto que a variável velocidade em determinado momento vai estabilizar, pois tem um certo limite de desenvolvimento, e consequentemente precisaremos trabalhar a resistência de velocidade ( que no caso será submáxima ).
Em termos prático, vou escalonando treinos de ritmo, onde vou mapeando até onde meu atleta consegue manter um ritmo mais forte ( como por exemplo no tempo de 39 min e 30 Seg ), e começo a analisar a distância que falta para a conquista de tal tempo.
Sempre faltará um trecho, que será a barreira do corredor na busca do seu recorde pessoal.
Desse tempo treinado, ritmo mais forte que o ideal, afrouxo um pouco na competição, dando a sensação ao corredor de estar correndo mais fácil.
Essa sensação, arrasta o possível limite de sua barreira para mais próximo da distância final, sendo pequenos detalhes inerentes a cada corredor, que servirão de ferramentas para a conquista de seu recorde pessoal.
OutrO fator importante é perceber a evolução da F.C. , ao analisar sempre a F.C. Média para situações de treinos ou competições semelhantes.
Muitas vezes não conseguimos diminuir tempo, mas conquistamos melhores sensações, com respostas fisiológicas mais brandas ao organismo em situação de estresse do treino ou da competição.
Isso reforça que o organismo está assimilando melhor as cargas de treinamento, e que provavelmente, o limite da velocidade, deve estar direcionado mais para possíveis limites do sistema músculo esquelético.
Nesse sentido, um trabalho com base em musculação associado a treinos de corrida, possibilita dentro de um planejamento correto, uma melhor potência muscular, e consequentemente, uma melhora de performance.
Portanto, cada competição tem seu valor para determinados momentos, pois através dela, podemos tirar inúmeras análises que servirão de parâmetros para treinos futuros, dando maiores possibilidades de acertos e consequentemente maiores chances de sucesso.